Não há nada aqui
"Não há nada aqui" - dizia Tito incomodado, mas Morgana a respeito disso não compreendia. Porque, para ela, nos olhos dele existia tudo. Até mesmo as histórias nunca a ela contadas, sábia moça conseguia imaginar.
Às vezes, ela até achava de bom tom que ele nada a contasse, assim ela podia continuar dando asas à sua fértil criatividade de supor sem ter certeza. "Certezas acabam com a gente" - pensava. E, assim, Morgana escrevia e brindava a boa dúvida, como se a dúvida fosse alguma entidade mística, uma santa, uma promessa - 'deusolivre' uma futura certeza. Não, se é para ser dúvida que seja eterna. Terna, sem perder o encanto. Nessa hipótese, outras histórias nascerão. Algumas cairão por terra. Outras, quem dera, fossem apenas meras elucubrações.
Morgana gostava era de esmiuçar a vida, em cada detalhe. Prestava atenção nas vírgulas, reparava a entonação de cada personagem que compunha as páginas de seu livro ainda por escrever. Confesso, que ela prestava mais atenção mesmo em Tito, as vírgulas perdiam apenas para ele. Se ele sabia que ela escrevia sobre ele e para ele, às escondidas, isso jamais saberemos. Só sei que Tito preferia dizer "Não há nada aqui", como se tal frase fosse impedir os dedos da moça de não caírem na tentação da escrita.
"Não há nada aqui" era o que constava nesse blog, há pouco, quando o inaugurei. Um blog sem postagens, em branco, esperando alguém. Seria ele Tito esperando por Morgana? Ele, blog, é minha entidade mística. Ele, Tito. Eu, Carol ou Morgana.
Entre vistas (de paisagens e emoções). Entrevistas, porque quero que ele não seja apenas Tito, mas seja vários. Costumo enjoar ao ler apenas coisas minhas, "ensimesmar-se" certas vezes, salva. Outras vezes, sufoca. Por isso faço questão de compor canção com variadas vozes. Cada uma infinita dentro de sua própria riqueza particular.
Quero entrevistar muita gente que diz "Não há nada aqui"...quando, lá no fundo, tem. Entre versos (de amor e rima). Entre versos, porque desejo sempre a poesia como companhia.
Tito, vista. Morgana, verso. Desligue o celular e olhe para o céu, encontrará vista e verso dando gargalhadas (e de mãos dadas).
[carol gaertner]
Às vezes, ela até achava de bom tom que ele nada a contasse, assim ela podia continuar dando asas à sua fértil criatividade de supor sem ter certeza. "Certezas acabam com a gente" - pensava. E, assim, Morgana escrevia e brindava a boa dúvida, como se a dúvida fosse alguma entidade mística, uma santa, uma promessa - 'deusolivre' uma futura certeza. Não, se é para ser dúvida que seja eterna. Terna, sem perder o encanto. Nessa hipótese, outras histórias nascerão. Algumas cairão por terra. Outras, quem dera, fossem apenas meras elucubrações.
Morgana gostava era de esmiuçar a vida, em cada detalhe. Prestava atenção nas vírgulas, reparava a entonação de cada personagem que compunha as páginas de seu livro ainda por escrever. Confesso, que ela prestava mais atenção mesmo em Tito, as vírgulas perdiam apenas para ele. Se ele sabia que ela escrevia sobre ele e para ele, às escondidas, isso jamais saberemos. Só sei que Tito preferia dizer "Não há nada aqui", como se tal frase fosse impedir os dedos da moça de não caírem na tentação da escrita.
"Não há nada aqui" era o que constava nesse blog, há pouco, quando o inaugurei. Um blog sem postagens, em branco, esperando alguém. Seria ele Tito esperando por Morgana? Ele, blog, é minha entidade mística. Ele, Tito. Eu, Carol ou Morgana.
Entre vistas (de paisagens e emoções). Entrevistas, porque quero que ele não seja apenas Tito, mas seja vários. Costumo enjoar ao ler apenas coisas minhas, "ensimesmar-se" certas vezes, salva. Outras vezes, sufoca. Por isso faço questão de compor canção com variadas vozes. Cada uma infinita dentro de sua própria riqueza particular.
Quero entrevistar muita gente que diz "Não há nada aqui"...quando, lá no fundo, tem. Entre versos (de amor e rima). Entre versos, porque desejo sempre a poesia como companhia.
Tito, vista. Morgana, verso. Desligue o celular e olhe para o céu, encontrará vista e verso dando gargalhadas (e de mãos dadas).
[carol gaertner]
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